WORKSHOPS
Dia 10 de Julho, às 16h – Tema: Música Sacra e composição
Tema: A Composição da Obra Coral Sinfônica ‘Porquê’ do Compositor Villani Côrtes baseada em excertos do poema ‘A Virgem’ do Pe. José de Anchieta
Compositor Villani Côrtes
Era Mês de Março de 2018, e recebi um gentil telefonema do Confrade Prof. Inácio De Nono convidando-me a escrever uma peça de caráter religioso, para Orquestra Sinfônica, Côro e Solistas.
Após algumas pesquisas e também troca de ideias com minha esposa Efigenia Côrtes, possuidora de larga vivência neste setor, optei para musicar o famoso “Poema à Virgem” escrito pelo Padre José de Anchieta nas areias da praia de Iperoig, em Ubatuba. Ao tomar conhecimento da obra, percebi a imensidade da tarefa, e cheguei a telefonar para o Prof. Inácio desistindo da incumbência, mas ao tomar conhecimento desta decisão ele foi tão convincente em suas palavras de ânimo e fé, que consegui encontrar forças para realizar esta obra que leva o título de “PORQUÊ”
Usei apenas excertos do grande Poema de José de Anchieta, excertos estes que narram através de uma linguagem áspera, o sofrimento profundo e doloroso de uma Mãe, ao ver o seu filho abandonado por tudo e por todos. A história o menciona como o Primeiro Poeta Brasileiro.
No ano de 1563, os Tupinambás unem suas tribos,formando a Confederação dos Tamoios. Cientes da infrutífera tarefa de tentar se defender dos ataques destes hábeis guerreiros, Manoel da Nóbrega e Anchieta partem de Ibertioga para Peroig, conduzidos por um dos primeiros povoadores de São Sebastião, valendo-se da sua fluência no idioma Tupi. Anchieta era um hábil orador. Proferia palavras ternas no idioma indígena. Consegue êxito ao se aproximar da aldeia de Iperoig sem ser morto e ainda convencer os chefes Cumhanbebe Pindobuçu a negociarem paz em Itanhaém, aceite em 14 de setembro de 1563. Diante da desconfiança da tribo ao ver o grande chefe partir para terras inimigas os índios exigem que Anchieta fique como refém. Enquanto esteve prisioneiro, escreveu nas areias de Ubatuba o seu célebre “Poema à Virgem”: compaixão e o pranto da Virgem na morte do filho.
Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima te prometi em voto. Enquanto entre Tamoios conjurados, pobre refém, tratava as suspiradas pazes, tua graça me acolheu em teu eterno manto e teu poder me protege intactos: corpo e alma.
Edmundo Villani-Côrtes