Nei Lopes (Rio, RJ. 09.05.1942), é compositor e intérprete de música popular, além de escritor e estudioso das culturas africanas, no continente de origem e na Diáspora.
Bacharel em Direito e Ciências Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil, atual URFJ, tem publicada em livro vasta obra toda centrada na temática africana e afroLoriginada. Entre seus mais de 30 livros publicados contamLse, principalmente os seguintes: Kofi et le petit garçon de feu (tradução para o francês de Kofi e o menino de fogo, Rio, Pallas, 2009) Editions Ruisseaux d’Afrique, Republique du Benin, 2012); A lua triste descamba (romance, Pallas Ed. 2012); Dicionário da hinterlândia carioca (Pallas, 2012); Esta árvore dourada que supomos (romance, Babel Editora, 2011); Dicionário da Antiguidade Africana (Civilização Brasileira, 2011); Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana (Selo Negro, 4ª. ed., 2011); Oiobomé, a Epopéia de Uma Nação (romance, Agir, 2010); História e Cultura Africana e AfroLbrasileira (BarsaLPlaneta, Prêmio Jabuti, paradidático, 2009); Mandingas da Mulata Velha na Cidade Nova (romance, Língua Geral, 2009); Vinte contos e uns trocados (Rio, Record, 2006) Novo Dicionário Banto do Brasil (Pallas Editora, 2003 [2012]).; PartidoLalto, samba de bamba (Pallas, 2005).
Atuando também como conferencista, em maio de 2010 apresentou na Academia Brasileira de Letras a conferência “O negro na literatura brasileira: autor e personagem”, publicada no nº. 66 (jan L março, 2011) da Revista Brasileira, da ABL; e em setembro de 2011, participou da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, na seção “Café Literário” em conversa com o escritor angolano Pepetela, performance essa repetida em 2012, na Tarrafa Literária, em Santos, na companhia do romancista José Eduardo Agualusa, também angolano.
Em 2001, seu Dicionário Banto do Brasil (1ª versão, 1996) subsidiava o repertório de bantuísmos consignados no Dicionário Houaiss da língua portuguesa (Rio, Ed.Objetiva), que acolheu algumas centenas de hipóteses etimológicas levantadas por suas pesquisas e referidas no corpo da obra. No mesmo ano, participava do projeto musical “Ouro Negro”, em homenagem ao ilustre maestro Moacir Santos, escrevendo letras para cinco temas do homenageado, em canções gravadas respectivamente pelos cantores Gilberto Gil, Milton Nascimento, Djavan, João Bosco e Ed Motta. Em 2005, seu CD “Partido ao cubo” era eleito o melhor disco de samba no Prêmio da Musica Brasileira. Nesse mesmo ano, a carioca Pallas Editora publicava o livro O samba do Irajá e de outros subúrbios: um estudo da obra de Nei Lopes, resultado de tese de mestrado defendida pelo antropólogo Cosme Elias na UERJ; e em 2009, a paulistana Selo Negro inaugurava a coleção Retratos do Brasil Negro, com a publicação da biografia Nei Lopes, escrita pelo jornalista Oswaldo Faustino.
No inicio de 2012, Nei gravava, para a posteridade, depoimento sobre sua trajetória no Museu da Imagem e do Som, MISLRJ; e, em novembro. recebia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro o título de doutor honoris causa. Antes disso, por seu trabalho como intelectual e artista, em 1998 Nei Lopes foi agraciado com a Medalha Pedro Ernesto, conferida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro; em novembro de 2005 recebia , do Governo Brasileiro, a Ordem do Mérito Cultural, no grau de comendador; e em junho de 2006 era focalizado pela Revista O Globo (nº. 100, 25.06.06) na reportagem “100 brasileiros geniais”; e em 24 de janeiro de 2007 tinha artística foto sua publicada na seção “Retratos Capitais” da revista Carta Capital, com a seguinte legenda: “Em música e nas letras, a voz do samba e da consciência negra”. Em novembro de 2007, Nei Lopes era agraciado com a Medalha Tiradentes, outorgada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; e em 2009 era eleito “Homem de Idéias” do ano, pelo suplemento Idéias, do Jornal do Brasil. Além dessas, Nei tem em seu currículo homenagens prestadas pelas Câmaras municipais de Niterói, RJ; Seropédica, RJ; e Belo Horizonte, MG.
Em 2013, a convite da Embaixada Brasileira, apresentouLse na “18ª Feira Internacional do Livro” em Lima, Peru, interpretando canções de sua autoria, em tributo ao poeta e músico afroperuano Nicomedes Santacruz. No mesmo ano, apresentou, em cinco capitais brasileiras, palestra musicada, no âmbito do projeto “A Cor da Cultura”, a convite de Canal Futura/Fundação Roberto Marinho.
Em 2014, Nei publicou Poétnica – Poesia completa (Mórula Editora), contemplando 50 anos de lavor poético e Contos e crônicas, na coleção “Para ler na escola”, pela Editora Objetiva, Rio, RJ, além de Song of the songs (tradução para o inglês de “Cântico dos cânticos”, da coletânea Vinte e Contos e Uns Trocados) incluído em uma antologia de contos brasileiros pela Comma Press, de Manchester, Reino Unido. Em 2015, lançou pela Editora Record, o romance “Rio Negro, 50”, sobre o Rio na década de 1950, do ponto de vista do povo negro.
Independente de sua obra de cancionista com mais de 350 títulos gravados desde 1972, em 2015 Nei recebeu aplausos da crítica teatral de Rio e São Paulo como autor, sem parceiros, da trilha sonora do musical “Bilac Vê Estrelas”, de Heloisa Seixas e Júlia Romeu, pela qual ganhoiu os prêmios Shell e Bibi Ferreira, além de receber indicação para vários outros.
Foi o vencedor do prêmio Faz a Diferença, do jornal O Globo, na categoria Literatura no ano de 2015. Seu “Dicionário da História Social do Samba”, escrito em parceria com Luiz Antônio Simas, foi ganhador do Prêmio Jabuti. Seu mais recente romance, “O preto que falava iídiche”, lançado pela Editora Record, foi muito bem recebido crítica.